Economia brasileira acelerou ritmo de expansão entre abril e junho de 2024, ao invés da esperada desaceleração

O Produto Interno Bruto (PIB) do Brasil cresceu 1,4% no segundo trimestre deste ano na comparação com os três meses anteriores, informou nesta terça-feira (3) o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). A expectativa em pesquisa da Reuters era de um avanço bem menor, de 0,9%.

Com isso, a economia brasileira acelerou o ritmo de expansão entre abril e junho de 2024, ao invés da esperada desaceleração. Além disso, trata-se do melhor resultado do PIB desde o final de 2020, quando houve crescimento de 3,7% no confronto trimestral.

A abertura do dado mostra que o impulso veio principalmente da indústria, mas também do setor de serviços, compensando a retração na agropecuária. Do lado da demanda, o consumo doméstico seguiu sólido, apesar de uma desaceleração nas despesas das famílias.

Enquanto a indústria apresentou crescimento de 1,8%, na comparação com o trimestre anterior, os serviços avançaram 1,0% no período. Somente a agropecuária ficou no vermelho, com um retração de 2,3% em relação ao primeiro trimestre, quando disparou 11,1%.

Nos três primeiros meses do ano, o PIB  do país cresceu 1,0% na comparação com o período anterior, em dado revisado pelo IBGE. Originalmente, a alta havia sido de 0,8%.

Já em relação ao segundo trimestre de 2023, o PIB brasileiro cresceu 3,3%. O resultado também ficou acima da expectativa, de alta de 2,7% nessa base de comparação.

O IBGE ainda informou que o PIB do quarto trimestre de 2023 teve crescimento de 0,2% em relação aos três meses anteriores. Na leitura original, houve uma queda de 0,1%.

Para o economista André Perfeito, os dados mostram uma economia robusta e devem provocar revisões para cima nas projeções do mercado para o PIB de 2024. “Por outro lado, diante do cenário em que ‘a notícia ruim é que está bom’, muitos analistas irão avaliar os dados como sinalização de atividade mais forte que o adequado e, assim, essa leitura tende a reafirmar temores de alta da taxa Selic ou mesmo juros “menos menores” nos próximos anos”, avalia.

Segundo ele, trata-se de um equívoco. “Afinal os dados do investimento estão de certa forma melhorando e isto deverá impulsionar o PIB para frente”, diz.

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