Automatizar o setor sem priorizar a humanidade das relações entre empresa e colaborador pode ser um tiro no pé, diz especialista.

O s impactos da tecnologia na gestão de pessoas abriram um novo panorama de oportunidades e desafios para lideranças corporativas e profissionais de recursos humanos. Realizada pela MIT Sloan Management Review Brasil, a primeira edição do Human Capital Management Solutions Brazilian Report traz um levantamento inédito sobre o ecossistema de tecnologias de RH que se formou no país ao longo dos últimos anos. 

Em meio às inúmeras possibilidades que vêm sendo reveladas pela aproximação entre tecnologia e desenvolvimento humano, 67,5% dos gestores e líderes brasileiros apontam o fortalecimento de visão estratégica como o principal benefício oferecido pelas soluções de Human Capital Management (HCM). Os ganhos de eficiência operacional, a automatização de processos e a assertividade das análises de dados estão entre as principais vantagens percebidas no uso de soluções de HCM entre profissionais de recursos humanos.

De acordo com Bia Nóbrega, especialista em Desenvolvimento Humano e Organizacional com quase 30 anos de experiência, em um cenário marcado pela aceleração dos movimentos de transformação digital, a integração de processos e a facilitação das jornadas de colaboradores se tornaram aspectos fundamentais para criar estratégias de marcas empregadoras — e um diferencial competitivo para atingir objetivos de negócio como um todo. “As tecnologias são essenciais para organizar, desburocratizar e facilitar a gestão de capital humano, especialmente em empresas de médio e grande porte”, destaca. 

Na leitura sistêmica sobre os benefícios gerados para as organizações, os destaques estão nos benefícios de visão estratégica, no apoio à tomada de decisões e no engajamento de colaboradores — este último pilar é valorizado por 87,5% dos executivos C-Level brasileiros. Além disso, o fator redução de custos (66%) aparece como um diferencial relevante oferecido pelos sistemas. No quadro geral, a utilização das plataformas é considerada muito importante por cerca de 79% dos tomadores de decisão que participaram da pesquisa.

“No entanto, é importante que essas ferramentas sejam implementadas com uma abordagem que mantenha o foco nas pessoas e na empatia, assegurando que a tecnologia sirva para melhorar as relações humanas e não para esfriá-las”, pontua Bia. Ferramentas de saúde mental e bem-estar, por exemplo, estão presentes em apenas 18,24% das empresas avaliadas. As informações revelam duas demandas em ascensão no mercado de Human Capital Management: integração das plataformas com tecnologias de inteligência artificial e funcionalidades ligadas à gestão de saúde mental e bem-estar dos colaboradores. 

Durante muito tempo, a área de Recursos Humanos buscou o reconhecimento do seu papel nas organizações. Com o avanço das revoluções industriais, tecnológicas e corporativas, o setor se transformou para acompanhar essas mudanças. A pandemia de COVID-19 acelerou essa transição, tornando o RH uma peça-chave nas empresas da noite para o dia. 

“Hoje, a área vai além de funções tradicionais como contratação e demissão, liderando temas vitais para a sustentabilidade do negócio e o engajamento dos colaboradores. O RH carrega novas responsabilidades: promoção de ambientes psicologicamente seguros, impulsionamento bem sucedido de transformações organizacionais, projeção de trilhas de carreira adaptáveis e implementação de novos modelos de trabalho que equilibrem qualidade de vida com resultados sustentáveis”, conclui a especialista. Para alcançar esses objetivos, é fundamental que as corporações utilizem plataformas tecnológicas que auxiliem na gestão de pessoas de maneira eficiente e humana.

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